trabalha com três grandes categorias da mortandade violenta entre os jovens, classificadas como “causas
externas” : acidentes de trânsito, homicídios e suicídios. Segundo o autor, essas causas violentas “nos indicam também os modos de sociabilidade, as circunstâncias políticas e econômicas, e, sobretudo, os mecanismos específicos de negação de cidadania” ( Waiselfisz, 2002, p.14).
O termo Sistema Socioeducativo refere-se ao conjunto de todas as medidas privativas de liberdade (internação e semiliberdade), as não privativas de liberdade (liberdade assistida e prestação de serviço à comunidade) e a internação provisória.
Sul 6.413 3.406.985
Norte 2.048 2.180.849
Nordeste 5.494 8.417.089
* Dados da SEDH/SPDCA (Murad et ali, 2004).
** Censo Demográfico (IBGE, 2000) Caracterização da população da população –Resultados da amostra.
Segundo Rocha (2002), havia no país 9.555 adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação e internação provisória. Destes, 90%(noventa por cento) eram do sexo masculino; 76%(setenta e seis por cento) tinham idade entre 16 e 18 anos; 63%(sessenta e três por cento) não eram brancos e destes 97%(noventa e sete por cento) eram afrodescendentes; 51%(cinqüenta e um por cento) não freqüentavam a escola; 90%(noventa por cento) não concluíram o Ensino Fundamental; 49%(quarenta e nove por cento) não trabalhavam; 81% (oitenta e um por cento) viviam com a família quando praticaram o ato infracional; 12,7% (doze vírgula sete por cento) viviam em famílias que não possuíam renda
mensal; 66%(sessenta e seis por cento) em famílias com renda mensal de até dois salários mínimos, e 85,6%(oitenta e cinco vírgula seis por cento) eram usuários de drogas.
Em cumprimento da medida socioeducativa de semiliberdade existiam 1.260 adolescentes, segundo Fuchs (2004). Destes, 96,6%(noventa e seis vírgula seis) eram do sexo masculino; 68,5%(sessenta e oito vírgula cinco) tinham entre 15 a 17 anos; 62,4%(sessenta e dois vírgula quatro por cento) eram afrodescendentes; 58,7% (cinqüenta e oito vírgula sete por cento) estavam fora da escola formal antes do cometimento do ato infracional; 75,7%(setenta e cinco vírgula sete por cento) não trabalhavam; 70%(setenta por cento) se declaravam usuários de drogas e 87,2%(oitenta e sete vírgula dois por cento) viviam com a família antes do início do cumprimento da medida socioeducativa.
A realidade dos adolescentes brasileiros, incluindo aqueles no contexto socioeducativo, exige atenção do Estado e evidencia a necessidade de uma agenda de urgências no sentido de se efetivar políticas públicas e sociais e, sobretudo, amplia os desafios para a efetiva implementação da política de atendimento socioeducativa.
Realidade institucional do atendimento socioeducativoÉ longa a tradição assistencial-repressiva no âmbito do atendimento à criança e ao adolescente, principalmente para aqueles em conflito com a lei.
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