quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O QUE É DOENÇA DA HEMOGLOBINA C

HEMOGLOBINA C

O QUE É DOENÇA DA HEMOGLOBINA C?

Prof. Carlão (FQM)

1. O que é Doença da Hemoglobina C?
A DOENÇA DA HEMOGLOBINA C é uma doença hereditária dos glóbulos vermelhos do sangue. Na DOENÇA DA HEMOGLOBINA C os glóbulos vermelhos contêm uma hemoglobina diferente, a HEMOGLOBINA C.
A hemoglobina C torna os glóbulos vermelhos mais endurecidos e por isso, eles são mais rapidamente destruídos pelo baço, que é um órgão que funciona como um filtro do sangue.
2. Todas as pessoas que carregam o Gene da Hemoglobina C têm Doença da Hemoglobina C?
Não. Algumas pessoas podem receber um gene para a HEMOGLOBINA C de um dos pais e um gene para a HEMOGLOBINA A, que é a hemoglobina normal, do outro. Quem tem os 2 tipos de hemoglobina (A e C) é chamado de PORTADOR DA HEMOGLOBINA C ou PORTADOR DO TRAÇO DA HEMOGLOBINA C, é sadio, saudável, não tem a doença da hemoglobina C. Só tem a DOENÇA DA HEMOGLOBINA C quem tem dois genes da hemoglobina C, ou seja, quem recebeu um gene para a hemoglobina C do pai e um da mãe.
3. O que a pessoa com Doença da Hemoglobina C pode ter?
A DOENÇA DA HEMOGLOBINA C causa aumento do fígado e do baço e anemia, que algumas vezes precisa ser tratada com transfusão de sangue.
4. O Traço da Hemoglobina C também tem Anemia?Não, quem tem o traço da hemoglobina C não tem anemia, é um “portador sem sintomas”, ou seja, carrega o gene da HEMOGLOBINA C, mas não tem sintomas da doença, não precisa de medicamentos e pode levar uma vida normal.
5. Doença SC. Além da hemoglobina C, existem outras hemoglobinas que também são responsáveis por doenças. A mais comum e também uma das mais graves, é a DOENÇA DA HEMOGLOBINA S, conhecida como ANEMIA FALCIFORME.
Se uma pessoa portadora da hemoglobina C casar-se com uma pessoa portadora da hemoglobina S (também conhecida como TRAÇO FALCIFORME) terá um risco de 25% de nascerem filhos com hemoglobina S + hemoglobina C (DOENÇA SC). Quem tem os dois tipos de hemoglobina (SC), tem os mesmos sintomas da ANEMIA FALCIFORME.
6. Como saber se tenho Doença da Hemoglobina C ou se sou apenas Portador do Traço de Hemoglobina C?Para isso, é preciso fazer um exame de sangue chamado ELETROFORESE DE HEMOGLOBINA.
7. E a criança que é Portadora do Traço da Hemoglobina C? O que seus pais devem saber a respeito?Se o exame mostrar que a criança é portadora do traço da hemoglobina C, seus pais serão convidados a participar de uma reunião. Um médico explicará que a criança é saudável, apenas herdou de seus pais o gene para a hemoglobina C, mas não deverá apresentar nenhuma alteração por este fato.
Como o tipo de hemoglobina é passado de pai para filho, se uma criança portadora do traço da hemoglobina C, quando crescer, casar-se com uma pessoa que também é portadora do traço da hemoglobina C, poderão ter filhos com a doença da hemoglobina C. E, se casar com uma pessoa portadora do traço falciforme, poderá ter filhos com a DOENÇA SC, que causa os mesmos sintomas da ANEMIA FALCIFORME (DOENÇA DA HEMOGLOBINA S).
Por isso, é importante que os pais sejam esclarecidos por um médico, para que possam passar estas informações para seus filhos, quando eles crescerem.
A memória da velhice

Preservar a vida é o mais arraigado dos instintos. Na evolução das espécies, a seleção natural cuidou de eliminar os incapazes de defendê-la com unhas e dentes.
Os seres humanos não constituem exceção. Mas, pelo fato de sermos animais racionais, aceitamos determinados limites para a duração da existência; mantê-la a qualquer custo não nos parece sensato. A perda irreversível da memória configura uma dessas situações. Incapazes de lembrar quem somos e de entender o que se passa a nossa volta, de que vale a condição humana?
A perda progressiva de memória associada ao envelhecimento é característica comum a um conjunto de patologias que a medicina classifica como demências (termo que nada tem a ver com loucura), das quais a doença de Alzheimer é a mais prevalente. A incidência de quadros demenciais aumenta com a idade: aos 70 anos, já acometem entre 10% e 15% da população; aos 90 anos, entre 50% e 60%.

Reserva cognitiva acumulada
As primeiras manifestações da doença de Alzheimer são insidiosas, caracterizadas por pequenos lapsos de memória que podem passar despercebidos durante anos, até a pessoa esquecer o endereço de casa ou estranhar a fisionomia de um filho.
Em agosto de 2005, a revista "Science" publicou um artigo que reúne a informação científica apresentada na Conferência Internacional sobre Prevenção da Demência, realizada dois meses antes, em Washington.Ainda na década de 1970, foi aventada a hipótese de que as atividades intelectuais, ao aumentar o número e a versatilidade das conexões (sinapses) entre os neurônios, criariam uma espécie de reserva cognitiva passível de ser utilizada na velhice. Em 1977, um grupo do St. Lukes Medical Center, de Chicago, estudando 642 idosos, demonstrou que cada ano de escolaridade formal reduziria o risco de desenvolver Alzheimer em 17%.
O resultado levou o mesmo centro a acompanhar, a partir de 1995, um grupo de padres e freiras submetidos periodicamente a uma bateria de 19 testes de avaliação da capacidade intelectual. Em 2003, depois de analisar 130 cérebros dos religiosos falecidos, os autores concluíram que a presença das placas no sistema nervoso, características da doença de Alzheimer, não guardava relação com os níveis de escolaridade. Mas, a bateria de testes aplicados em vida indicava que as habilidades cognitivas eram preservadas por mais tempo nos religiosos mais instruídos. Neles, a doença só se manifestava quando eram encontradas cinco vezes mais placas do que nos outros.
Com os mesmos objetivos, um grupo da Universidade de Minnesota conduziu o célebre "Estudo das Freiras", no qual foram analisados ensaios biográficos que 678 freiras nascidas antes de 1917 haviam escrito ao serem admitidas no convento, aos 20 anos. As irmãs com menor versatilidade lingüística naquela época desenvolveram Alzheimer mais precocemente e, ao morrerem, seus cérebros exibiam as placas características da enfermidade.
Inquéritos populacionais conduzidos em São Paulo pela Unifesp encontraram maior prevalência de demências entre os analfabetos e os que não haviam concluído o primeiro grau. Da mesma forma, em 109 pares de gêmeos idênticos matriculados no Registro Sueco de Gêmeos, nos quais apenas um dos irmãos desenvolveu demência, o gêmeo saudável, estatisticamente, havia estudado mais tempo.

Estímulos intelectuais e atividade física
Ao comentar essas pesquisas, o pesquisador Robert Friedland concluiu que não apenas a leitura, mas simples passatempos como a montagem de quebra-cabeças ou a prática de palavras cruzadas são atividades capazes de proteger o cérebro. No final, acrescentou que vários trabalhos demonstram que assistir à televisão está associado ao efeito contrário: aumenta a probabilidade de Alzheimer. Num inquérito conduzido entre 135 portadores da doença, comparados a 331 de seus familiares saudáveis, cada hora diária adicional diante da TV multiplicou o risco de Alzheimer por 1,3.
Vários estudos apresentados na conferência reforçam a idéia de que nem só do intelecto vive o cérebro: o exercício físico também é capaz de torná-lo mais resistente.
Anos atrás, uma avaliação dos resultados obtidos em 18 pesquisas (meta-análise) envolvendo mulheres e homens de 55 a 80 anos demonstrou que a vida sedentária aumenta o risco de demência. Desde então, surgiram vários estudos sobre o tema.
Os mais importantes foram realizados na Universidade da Califórnia, com cerca de 6.000 mulheres com mais de 65 anos, em Harvard, com mais de 18 mil mulheres, e na Universidade Johns Hopkins, com mais de 3.000 participantes de ambos os sexos. Os resultados são inequívocos: quanto maior o tempo gasto em atividades físicas, como andar (principalmente), mais lento o declínio da capacidade cognitiva.
Trabalhos experimentais confirmam essa conclusão: o exercício físico melhora o fluxo sangüíneo cerebral através da formação de novos capilares no córtex -área essencial para a cognição - e induz a produção de proteínas que estimulam o crescimento e favorecem a formação de novas conexões entre os neurônios.
Essas pesquisas estão sujeitas a um viés metodológico: será que a menor versatilidade lingüística demonstrada pelas freiras aos 20 anos, a menor dedicação à escolaridade formal e às atividades intelectuais, o maior número de horas passivas na frente da TV e a pouca disposição para atividades físicas já não fariam parte de um conjunto de manifestações extremamente precoces das demências que irão se instalar na senectude?
Impossível ter certeza, mas vale a pena acreditar na idéia de que, através de estímulos intelectuais e da atividade física, será possível preservar, na idade avançada, a experiência e as habilidades cognitivas acumuladas com tanto esforço no decorrer da vida.

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