segunda-feira, 18 de julho de 2011

Assistente social trabalha pelos direitos da população

"Não trabalhamos com caridade nem com assistência, mas com a garantia e a proteção dos direitos da população", explica Rosalina Santa Cruz Leite, vice-diretora da faculdade de serviço social da PUC-SP, sobre o papel do assistente social.

A atuação do profissional é voltada para atender principalmente às pessoas carentes com o objetivo de assegurar acesso universal aos direitos sociais, civis e políticos. Por ser uma carreira generalista, o campo de trabalho é amplo: vai desde a área pública, em hospitais e secretarias, a empresas, na parte de recursos humanos e treinamento e de responsabilidade social.

"O assistente social lida com trabalhadores em empresas ou com desempregados e excluídos da sociedade", explica Rosalina. O público-alvo do atendimento, segundo ela, pode ser idoso, criança, mulheres (gênero), famílias e deficientes. Se o profissional quiser dar aula, só pode ser no ensino superior, com mestrado.

As principais dificuldades na área giram em torno de verba, de acordo com Elisabete Borgianni, presidente do Conselho Federal de Serviço Social. "A efetivação de direitos depende de políticas sociais públicas. E os recursos oferecidos conseguem atender apenas uma parte dos necessitados."

Segundo Elisabete, há 62 mil assistentes sociais no Brasil -o segundo maior contingente no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, que têm 150 mil. A profissão é abraçada em geral pelo sexo feminino. "Há muitos homens também, mas são poucos em relação ao número de mulheres."
Para ela, os que buscam a carreira "têm certamente um sentimento de justiça social muito agudo".

A opinião é compartilhada pela professora da PUC, Rosalina. "Os alunos, quando chegam à universidade, são idealistas, têm vontade de mudar o mundo desigual." O curso tem duração de quatro anos, com estágio obrigatório a partir do quinto período.

E foi como estagiária em um projeto de campo de extensão da própria PUC que Marcela Barbato Hoenen encontrou seu primeiro emprego como assistente social. O programa atende a 120 adolescentes em situação de risco da favela de Heliópolis, na zona sul de São Paulo. Ela fez estágio lá e, após se formar, em 2003, foi contratada. Hoje, aos 24 anos, a maior recompensa para ela é ver que conseguiu que mais um jovem não entrasse para o tráfico.

Mesmo com 27 anos de experiência como assistente social, Nancy Cavallete da Silva, 48, conta que é muito difícil não se envolver com algumas situações das famílias que atende. "Às vezes ainda choro com alguns casos. Não dá para ser frio. Há alguns relatos que emocionam", afirma. "Claro que, no momento do atendimento à família, dou orientações precisas, tento passar segurança, mas é difícil não se envolver."

Nancy trabalha como assistente social da Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo e conta que uma das áreas de que mais gosta de atuar é com moradia. "É muito gratificante porque é algo bem concreto e palpável. Se a pessoa tem uma casa, todos os outros aspectos da vida dela melhoram: com um endereço fixo fica mais fácil conseguir trabalho e matricular os filhos numa escola mais próxima. Se a pessoa saiu de um barraco para ir para uma casa, a qualidade de vida e a saúde também melhoram com condições de higiene mais adequadas."     

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