domingo, 17 de julho de 2011

Violencia Humana

Parte 4" DINIZ, Abílio. Abílio Diniz: Caminhos e Escolhas

CONCLUSÃO Mesmo sendo inúmeras as formas de violência humana, todas nos parecem ter algo em comum, sempre as camadas mais baixas da sociedade são as que mais sofrem e, nos raros casos em que a vítima pertence aos quadros da elite, ainda assim terão melhores condições de superarem o trauma, ou porque o dinheiro que lhes foi furtado será facilmente reposto, ou porque suas contas correntes ainda dispõe de recursos suficientes para contratar os melhores psicólogos para um tratamento terapêutico. Isso sem contar que é infinitamente mais agradável ser assaltado e virar capa de revista, apenas por isso, do que ser assaltado e não ter o que comer no dia seguinte. Ou ser seqüestrado e depois escrever um livro contando a experiência, do que ser seqüestrado e descobrir que, de agora em diante, terá que trabalhar o resto do ano para pagar os débitos dos cartões de crédito. É claro que não ignoramos o fato de que tudo são formas de violência, mesmo as consideradas lucrativas, como no caso do seqüestro do empresário Abílio Diniz, que posteriormente conseguiu lucrar milhões com a publicação de um livro em que contou a experiência: “Durante pelo menos dez anos mantive o hábito de deixar São Paulo logo após o Natal e passar meu aniversário e o réveillon em companhia de dois ou três casais amigos no Arco Íris – barco que tenho já há muitos anos (...). Alguém, provavelmente um marinheiro da embarcação, caminhava pelo convés – e o barulho de seus passos acima de minha cabeça devolveu à minha memória os sons que escutava no cativeiro. Tive medo. “Preciso voltar à terapia”, foi minha conclusão. " DINIZ, Abílio. Abílio Diniz: Caminhos e Escolhas , São Paulo, Ed. Campus, 2004. p. 97. . Porém, ao chegarmos a conclusão de que sempre existiram violências humanas, o que buscamos entender é o porque de não termos evoluído nada neste aspecto, ao longo dos últimos 5 mil anos. Não seria a hora dos membros mais abastados da sociedade descerem do pedestal e se unirem aos pobres para que, juntos, possam elaborar um plano de contenção da violência? Ou estará chegando a hora dos pobres se rebelarem e buscarem soluções através de uma guerra civil? Nós ainda acreditamos que a primeira opção seja, ainda, suficiente para que possamos, no mínimo, impedir que os números da violência humana continuem a subir.

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