sábado, 14 de janeiro de 2012

É Possível Dizer “Não” Ao Assédio No Trabalho

(Etica) ·  

Baixa autoestima, redução significativa no desempenho, sinais claros de desmotivação, ansiedade, faltas constantes, sinais de problemas relacionados à saúde como, por exemplo, hipertensão, insônia, enxaquecas, complicações gástricas, entre outros.
 Essa série de comportamentos e de sinais que atestam que a saúde não vai bem podem revelar que o profissional passa por um momento delicado da sua vida.
 No entanto, isso não significa que a raiz do problema seja obrigatoriamente relacionada a questões pessoais.

A origem deste “quadro” talvez esteja presente na organização em que o indivíduo exerce suas atividades laborais e ele tenha tornado-se uma vítima de assédio no ambiente de trabalho – ação que se manifesta por situações que violam a dignidade da pessoa e gera momentos constrangedores.

Ao contrário do que muitas pessoas possam imaginar, esse problema que fere a dignidade humana tem levado muitos profissionais a entrarem em estado de depressão e até mesmo se desligado da empresa.
Diante dessa preocupante realidade, várias organizações passaram a adotar uma postura firme, para que seus funcionários não sejam vítimas de assédio seja esse moral ou sexual.
Uma companhia que possui uma política bem estruturada contra esse tipo de violência é a Bristol-Myers Squibb – empresa que atua no ramo farmacêutico e que está presente no Brasil há mais de 60 anos.
Para se ter uma ideia a organização conta com um Código de Conduta que deixa bem claro o posicionamento da corporação em relação a qualquer tipo de desrespeito à integridade dos seus profissionais. Esse documento – amplamente divulgado para todos os níveis hierárquicos – esclarece detalhadamente as responsabilidades e os direitos dos líderes e de todos os funcionários. Graças à objetividade com que trata o assunto, a empresa reforça seu compromisso de promover uma equipe global e diversificada. Na prática, a “Política Corporativa de Assédio” proíbe qualquer forma de atitude que esteja relacionada à raça, sexo, cor, religião, nacionalidade, idade, deficiência, cidadania, estado civil, orientação sexual ou outra característica prevista por lei.
De acordo com Aníbal Calbucci diretor de Recursos Humanos, a postura da Bristol-Myers Squibb reforça a o cuidado da companhia para que todos seus colaboradores sejam tratados com respeito e imparcialidade. “A preocupação da empresa em instituir uma política corporativa contra o assédio começou há mais de uma década, período em que surgiram as primeiras iniciativas de proteção ao funcionário”, relembra, ao enfatizar que a responsabilidade desse trabalho pertence a todos os líderes e os facilitadores desse processo que correspondem às áreas de Recursos Humanos, Compliance e Jurídica.

Para que ninguém argumente que deixou de ser informado sobre o “Não” dado pela organização a qualquer ação que reporte a presença do assédio no dia a dia das no ambiente de trabalho, todo colaborador recém-contratado passa por um treinamento. Na oportunidade, para que tenha total ciência da postura da empresa no que se refere a esse assunto. Outro fato relevante é que a companhia realiza anualmente reciclagens, a fim de que o seu quadro funcional mantenha-se atualizado sobre o assédio no ambiente organizacional.
Características do assédio no ambiente de trabalho
Líderes preparados – Vale enfatizar que todos os líderes da companhia também participam de um treinamento que se tornou um pré-requisito da função. A duração dessa atividade é variável e pode abranger de 1 a até 16 horas de capacitação – sempre gerida pela área de Recursos Humanos e de Compliance. “Nesse treinamento direcionado às lideranças trabalhamos atividades com foco em competências comportamentais como, por exemplo, comunicação, trabalho em equipe, engajamento e desenvolvimento de equipe”, pontua Aníbal Calbucci. As informações repassadas aos gestores ocorrem através de um Programa Global de Treinamento de Líderes, realização de seminários ou de e-learning.
Canal para o funcionário – Geralmente, na maioria dos casos as pessoas assediadas omitem o fato por receio de sofrer algum tipo de retaliação ou, então, perder o emprego.
Ao ser indagado sobre os canais que a Bristol-Myers Squibb oferece para um colaborador vítima de assédio tenha segurança de que ele tem como se “defender” diante de uma situação de constrangimento, o diretor de Recursos Humanos afirma que o profissional pode relatar o caso imediatamente ao seu superior imediato ou a alguém com nível acima. O funcionário conta ainda a alternativa de solicitar ajuda direta às áreas de RH, Compliance e Jurídica.
Caso a pessoa prefira manter-se no anonimato, a companhia disponibiliza uma linha telefônica que permite à pessoa fazer uma denúncia no Brasil ou, diretamente, para a matriz da empresa localizada nos Estados Unidos.
Uma vez que a empresa toma conhecimento de um possível caso de assédio no ambiente de trabalho, inicia-se rapidamente uma investigação para apurar a veracidade dos fatos. Esse processo recebe ainda o respaldo de um Comitê Internacional que analisa a situação e propõe as medidas necessárias para solucionar a questão. O Comitê Internacional é formado pelo vice-presidente de Complacente, do Jurídico e de RH.
 O Brasil é representado pelos seus diretores dessas respectivas áreas.

Por fim, Aníbal Calbucci cita que ao receber alguma denúncia de assédio, o departamento de RH da companhia tem a postura de ajudar tanto à empresa quanto ao funcionário que foi vitimado, sempre se respeitando os princípios, os procedimentos e a legislação.
“Uma política organizacional direcionada contra qualquer tipo de assédio no ambiente de trabalho, torna-se fator indispensável para a geração de um ambiente seguro para que os profissionais exerçam suas atividades”, resume.
Por Patrícia Bispo para o RH.com.br http://www.rh.com.br/Portal/imagens/seta_baixo.jpg
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