sábado, 14 de janeiro de 2012

É Preciso Falar Bem!

É Preciso Falar Bem!

 Comunicação ·  
Falar em público nem sempre é uma tarefa fácil. Chega a ser um grande incômodo em caso de timidez, em qualquer etapa da vida. Há quem se sinta nervoso, ou mesmo desesperado, com a necessidade de falar em publico, mesmo que seja diante de pessoas conhecidas ou para uma nova platéia.

Este sentimento, na verdade, é mais comum do que se imagina. As pessoas de um modo geral não são estimuladas, desde cedo, a expressar em público os seus pensamentos e conhecimentos específicos, e isso gera bloqueios e dificuldades por toda a vida. Isso é um dos frutos do que chamamos atualmente de Condicionamentos Sociais.

Nem a família, nem a escola e nem a sociedade ajudam ou estimulam corretamente nossas crianças a desenvolverem suas habilidades de expressão. Os pais querem que seus filhos sejam os melhores da turma. A escola deseja que seus alunos sejam os mais representativos. E a Sociedade exige pessoas com desenvoltura para assumir funções e responsabilidade. Mais pergunto: Quais destas instâncias verdadeiramente ajudam, desenvolvem e estimulam tais habilidades em nós? Resposta: Nenhuma.
O resultado deste processo é que temos crianças retraídas, adolescentes tímidos e adultos frustrados. Na medida em que cresce e se desenvolve o indivíduo irá agravando este quadro. Isto porque ele irá ser mais cobrado enquanto estiver assumindo maiores responsabilidades. Percebemos claramente este resultado quando observamos o desempenho de um universitário ao apresentar um seminário, um profissional quando apresenta um projeto, um professor ao realizar uma aula.

Somos condicionados – mesmo que de maneira pífia – a aprender, a juntar, a ter conhecimento. Mais ninguém nos ensina a transmiti-lo. Na prática as pessoas aprendem, passam a conhecer determinado conteúdo, mais não conseguem transmitir o que aprendeu. Quem nunca teve um professor que não conseguia desenvolver os assuntos em sala de aula? Certamente este mesmo professor era detentor de um bom currículo, de uma boa experiência em sua área específica. O que faltava então para ser um bom professor? Rapidamente podemos afirmar que lhe faltava Didática. Correto? Sim. Mais faço uma pergunta: Se este professor conseguiu aprender todos os conteúdos da sua área agregando-lhe um bom currículo onde esta o problema? É exatamente neste ponto que retorno minha defesa: Fomos condicionados a aprender, a juntar, a ter conhecimento. Mais ninguém nos ensinou a transmiti-lo.
Por isso é importante que o profissional que lida, no seu cotidiano, com pessoas e públicos distintos procure identificar suas fraquezas e fortalezas na Oratória. Falar bem não é um detalhe mais um modo de vida. Quem pensa e fala bem certamente será vitorioso. Sempre aviso aos meus alunos: Ninguém segue um fracassado. Muito menos compra algo de um. Daí a importância de Falar bem para transmitir uma imagem de Auto Estima, Confiança e Credibilidade ao seu cliente ou seu público.

Algumas orientações:
Para falar bem é preciso ter o que falar. Por isso ler é fundamental para ser um bom orador. Leia muito. Mais não fique restrito a leituras apenas da sua área de atuação. Procure ler sobre assuntos atuais. Lembre-se que estamos vivendo num mundo globalizado e você deverá ter uma compreensão do que acontece em sua cidade, estado, país e no mundo. Costumo dizer aos meus alunos que eles devem ler até bula de remédio. Então, leia constantemente.
Quando for necessário se apresentar em público, independente do tamanho da sua plateia atente-se para sua postura corporal. Procure estabelecer uma postura firme que transmita segurança e credibilidade. Canalize sua energia para seu público e não para o chão. Controle seus gestos dos braços e mãos para que eles não desvirtuem seu público do seu discurso. Dirija seu olhar para as pessoas. Elas precisam perceber que você fala para elas e não para o chão, para as paredes ou teto. E lembre-se de agir com naturalidade procurando satisfazer seu público.
Professor Jailson Pinheiro – Consultor nas áreas de comunicação e imagem pessoal. Colaborador de Portais de Comunicação no Brasil. Ministra cursos de Oratória, Gestão de Conflitos, Atendimento, Comunicação, Relações Interpessoais, Liderança e Motivação para Instituições Públicas e Privadas. Palestrante na área de Comunicação, Educação e Motivação. Aluno Especial do Mestrado em História da UFBA. Mestrando em Ciências da Educação pela UNINTER. Especialista em Docência no Ensino Superior e Bacharel em Relações Públicas pela UNIFACS. Em 2008 seu curso de Oratória foi o único reconhecido fora do eixo Rio-São Paulo pela Editora OnLine ed.64 Maio de 2008.

Velhas E Novas Implicâncias


Semana Santa, bairro quieto e silencioso, jornais sem muitas notícias, uma certa preguiça. Ligo a televisão e um cavalheiro está falando sobre um assunto sem dúvida relevante, a julgar pelo semblante grave com que se dirige à câmera. Já por natureza lerdo de entendimento, cheguei no meio e não consigo atinar qual é o palpitante assunto. E deixo de tentar, assim que ele solta o terceiro ou quarto anacoluto em menos de um minuto. Anacoluto, já comentei aqui, é quando um elemento da oração fica sem função sintática, meio dependurado, como, por exemplo, “o Brasil, ele tem experimentado”, que o homem da televisão acaba de dizer.

Há quem estude esse tipo de fenômeno, porque realmente é interessante, pelo menos para linguistas e cientistas sociais. De alguns anos para cá, sem dar sinal nenhum de que vai embora, está perigando tornar-se regra tacar o anacoluto sempre que se usa um verbo na terceira pessoa. “Os deputados, eles não têm interesse nas reformas”, “o obeso, ele não deve ingerir açúcar” e assim por diante. Fala-se assim em toda parte, com essa espécie de sujeito duplo, e piora quando o falante está dando uma entrevista ou declaração pública, ocasião em que muita gente acha que deve botar paletó e gravata na linguagem. O anacoluto, que em si não tem nada de mau e é até um recurso estilístico, talvez seja visto como sofisticação de linguagem, ou sinal de que quem está falando tem bom conhecimento ou grande convicção do que diz. Sei lá, só sei que implico com esse abuso, que, na minha opinião, aleija a língua.

É engraçado esse negócio de querer enfarpelar a linguagem, quando se fala em circunstâncias formais, mesmo que apenas numa breve entrevista para um noticiário de televisão. Muitos se empertigam, abandonam sua maneira habitual de expressar-se e não só passam a caprichar nos anacolutos e similares, como na escolha das palavras, principalmente verbos terminados em “izar”. O que em casa seria usado, na entrevista é utilizado, assim como não se vê mais nada, só se visualiza. “Comerciar” praticamente não existe mais e chegará talvez o dia em que os que comerciam serão comercializantes. Aliás, ninguém vende mais nada, só comercializa.

Acho que foi essa necessidade de usar palavras por algum motivo consideradas preferíveis, ou chiques, que ocasionou o triste banimento dos verbos “botar” e “pôr”, preteridos universalmente por “colocar”. Ainda não vi referência a galinhas colocadeiras, em lugar de poedeiras, mas já li sobre galinhas colocando ovos e o dia das colocadeiras não deve tardar. Destino semelhante teve “penalizar”, que de uma só cajadada botou (colocou, já ouvi isso até em narrações esportivas) “prejudicar” para escanteio e nos obrigou a ficar, se for o caso, comiserados ou condoídos com o sofrimento alheio, mas nunca penalizados. Ainda no setor de banimentos, temos o caso de “difícil”, que, quem sabe se por ser politicamente incorreto, é hoje sempre substituído por “complicado”.
E acredito que estamos presenciando o degredo talvez permanente da locução “por causa de”. Acho que maioria de vocês nem deu por isso, mas agora prestem atenção e notarão. Ninguém mais diz “por causa de”, diz “por conta de”. “Ficou em casa por conta de uma dor de cabeça”, “brigou por conta de uma dívida”.
E o “você”? Continua também, mais firme do que nunca. “Você armar um time ofensivo é mole, o que você não pode é deixar a defesa adiantada demais, porque aí você fica exposto a contra-ataques que você poderia evitar, se você posicionasse melhor a zaga.” E “jovial”? Creio que deve resignar-se a não querer mais dizer “cortês” ou “afável”. Já fiz uma checagem entre conhecidos e me surpreendi com a quantidade de gente que o liga a juventude. E o “então”? Observem como é cada vez maior o número de pessoas que inicia uma resposta com um “então” de significado obscuro. “Você foi lá hoje?” perguntamos. “Então”, começa a outra pessoa. “Não, não fui.” Acho que já tem gente que só responde depois de dizer “então”, deve ser cabalístico.

E “acontecer de”, como em “aconteceu de eu ver”? Não existe a menor necessidade desse “de” aí e o verbo sempre passou muito bem sem essa preposição. Prescinde dela como em “aconteceu ele estar presente”, ou se usa a integrante “que”. Imagino Caymmi cantando “acontece de eu ser baiano, acontece de ela não ser”. E “meio que”, que é isso? “Ele estava meio que preocupado com a situação”, “ela ficou meio que na dúvida” – que faz esse “que” aí? E “combinar de”? “Combinar” jamais teve necessidade desse “de”.
Finalmente, é cada vez mais observável que a tendência é dizer “brasileiros e brasileiras”. O plural no masculino, como era a regra, parece que não está valendo mais. Agora é “eleitoras e eleitores”, “agricultores e agricultoras”, “professores e professoras”. A tendência, imagino eu, será eliminar as palavras comuns de dois gêneros.
Teremos, assim, “estudantos e estudantas”, “dentistos e dentistas”, “crianços e crianças” e – por que não? – “pessoos e pessoas”. Isso é reforçado pela preferência que a presidente Dilma tem revelado.
Ele não somente quer ser chamada de “presidenta” – o que, aliás, já está dicionarizado – como, quando tem plateia, dirige a palavra aos presentes distinguindo o gênero deles, como, por exemplo, “operários e operárias”. Tudo bem, a língua é viva e não para de mudar.
Mas não se pode deixar que ela corra solta, a norma culta é indispensável para a sobrevivência da língua como instrumento de comunicação científica e artística. Além disso, certas coisas acabam não dando certo. Por exemplo, a presidente pode preferir ser presidenta, mas, quando mencionada na condição mais genérica de “governante”, duvido que ela queira ser designada pela forma feminina da palavra.
João Ubaldo Ribeiro
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Você Tem Medo de Falar em Público?

 Comunicação ·  
Você perde o sono dias antes de fazer uma apresentação? Fica suando frio, com as mãos geladas ou as pernas tremendo na hora de falar? Tem a nítida sensação que o coração vai pular pela boca, que todo mundo está percebendo o quanto você está apavorado e preferiria estar em qualquer lugar menos naquela situação? Fique tranquilo, você faz parte de uma maioria de pessoas que não consegue ficar à vontade ao falar em público.

Existem inúmeras pesquisas sobre o quanto as pessoas, de todas as idades, classes sociais e com as mais diversas profissões, têm medo de se colocar em evidência e fazer uma apresentação ou até um simples discurso numa festa de aniversário. Uma delas foi feita pelo programa Globo Repórter, há dois anos. Os telespectadores apontaram coisas que eles mais tinham medo, de forma geral, e falar em público deu em primeiríssimo lugar com mais indicações até do que a morte. Ou seja, tem mais gente com medo de falar do que de morrer. Isso tem uma explicação: ninguém se levanta pensando que vai ter que driblar a morte todos os dias, nós nem nos lembramos disso. Mas é muito comum que tenhamos que lidar com o estresse de falar em público com freqüência, principalmente no trabalho.
A boa notícia é que há formas de enfrentar este medo. Nos cursos da CPCom e no Senac mostramos que a sensação responsável por gerar o descontrole generalizado é a ansiedade. O medo de falar em público é um sofrimento por antecipação. Ficamos imaginando que não vamos conseguir, que alguém vai perguntar alguma coisa que não vamos responder, que ninguém vai prestar atenção, que vamos gaguejar… E assim alimentamos o nosso nervosismo. E quanto mais nervosos, mais produzimos adrenalina, que se não for bem direcionada, irá permitir que o nervosismo provoque todas aquelas sensações físicas desagradáveis que já citamos e mais algumas como vermelhidão no rosto, vontade de ir ao banheiro com muita freqüência, perda de raciocínio e até falta de memória.

Como lidar com o medo? A melhor recomendação é esteja preparado para todas as situações. Todas mesmo, sem exceção. Em primeiro lugar, obviamente, domine o conteúdo. Nunca se atreva a falar sobre algo que você não domina. Só se exponha se souber o tema detalhadamente. Depois, cuide da sua ansiedade com dois exercícios que fazem muita diferença:
1) Respire mais devagar – treine sua respiração para não ser tão curta ou ofegante. Durante 1 minuto, inspire não só com os pulmões, mas também com o diafragma, como se fosse um bebê. E solte o ar devagar. Faça isso em torno de 20 vezes. Bem tranquilamente.
 Quando o ar entra em maior quantidade nos pulmões, é como se o cérebro recebesse a informação de que está tudo tranquilo e não tem porque disparar a adrenalina em excesso e ativar o nervosismo. Se puder, treine isso um pouco todos os dias.
2) Prepare-se para todo tipo de situação, da pior até a melhor possível. Imagine e já e deixe tudo certo para se sair bem em cada uma delas. Pense nos mínimos detalhes, até nos mais improváveis: se faltar energia e você não puder usar o computador, por exemplo, como vai fazer? Quais perguntas podem surgir da sua apresentação? Há pontos polêmicos?

O que você vai dizer se o celular de alguém tocar? Se tiver que mudar o caminho por causa de um alagamento, vai dar tempo? Isto funciona porque instintivamente nos protegemos dos imprevistos e conseguimos aumentar a nossa própria sensação de segurança.
Existem mais algumas dicas para enfrentar o medo e vamos voltar ao assunto aqui nos próximos artigos. Se você tiver alguma dúvida, deixe nos comentários ou mande um email para mariana@cpcomconsultoria.com.br.
 Será um prazer ajudá-lo a se comunicar de forma eficiente.
Mariana Arantes: Palestrante, Diretora da CPCom – Consultoria Profissional em Comunicação, Instrutora do Senac – PE para cursos de Oratória e Apresentações (inclusive para os professores e supervisores da instituição) e Professora Universitária de Comunicação Empresarial. Jornalista, Especialista em Gestão Empresarial (MBA) e Certificada no curso de Economia e Marketing pelo Instituto Don Quijote, em Barcelona, Espanha. Tem 17 anos de experiência profissional, tendo atuado como repórter e âncora de rádio e TV, gerente de conteúdo e assessora de comunicação em São Paulo, Natal e Recife. Mantém um blog que divulga gratuitamente boas iniciativas de empresas e pessoas que mudam a vida de todos. www.cpcomconsultoria.com.br
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Aparência Importa, Sim


Teste exclusivo feito por VOCÊ S/A confirma: quem se veste mal não ganha nem a chance de mostrar sua competência
Sabrina Carbone, executiva de marketing, entre as duas produções escolhidas para  o teste: detalhes como cor e tecido fazem toda a diferença na aparência
Dois segundos. O tempo que você leva para dizer bom-dia a um headhunter é exatamente o tempo de que ele precisa para formar a primeira impressão sobre você. Os dados são de uma pesquisa da Universidade Harvard e, no mundo dos negócios, podem ser traduzidos assim: sua aparência é tão importante quanto a sua formação e experiência profissional. Se o visual não agradar, pode dizer adeus àquele cargo que você tanto deseja. Porque ele jamais será seu. Numa entrevista de emprego, não tem currículo, plano de carreira e referência profissional que resistam à má impressão provocada por um terno de segunda, um decote exagerado ou uma maquiagem carregada. Num primeiro olhar, são esses pecados que grudam no subconsciente da pessoa que está lhe avaliando.

 E é praticamente impossível conseguir arrancá-los de lá.
Foi exatamente isso o que mostrou um teste feito com exclusividade para esta reportagem, para verificar até que ponto o visual interfere na contratação. A pedido da VOCÊ S/A, dois executivos paulistas passaram pela avaliação de quatro recrutadores (dois homens e duas mulheres): Sabrina Carbone, de 35 anos, executiva de marketing com especialização na Universidade da Califórnia-Santa Bárbara, e Emerson Walter dos Santos, de 29 anos, executivo de marketing com MBA Executivo pelo Ibmec. Os headhunters analisaram currículo, aparência, experiência, comunicação e adequação a uma vaga fictícia, criada por nossa equipe.

Nas duas primeiras ocasiões, os dois usavam roupas, sapatos e acessórios inadequados para uma entrevista de emprego. Nas outras, estavam cuidadosamente vestidos e maquiados, seguindo as orientações da consultora de imagem Ilana Berenholc (veja as fotos ao longo da matéria e uma entrevista com Ilana). O resultado deixou todo mundo de queixo caído. Com o mesmo currículo e a mesma experiência profissional, os dois arrancaram elogios de uma das duplas de headhunters e várias críticas da outra. A única diferença de uma entrevista para a outra era exatamente a aparência.

OLHEIRAS Ar de cansado
CAMISA amarela com textura e colarinho mole
GRAVATA de poliéster, dura, com nó pequeno
PRENDEDOR DE GRAVATA nunca deve ser usado
BOTÕES Todos os botões do terno fechados
TECIDO DO TERNO sintético, com padronagem chamativa
PASTA de modelo antigo em cor destoante
CALÇA muito comprida
SAPATO mocassim marrom com solado

CABELOS volumosos
MAQUIAGEM carregada e brilhante (sombra combinando com a cor do terno)
BIJUTERIAS Brincos grandes e de strass, assim como o anel e a pulseira
DECOTE exagerado
TERNO claro, em cor inapropriada para entrevistas
CALÇA justa e curta
BOLSA com grandes argolas prateadas
SANDALIA muito alta, com dedos à mostra
OLHEIRAS Ar de cansado
CAMISA amarela com textura e colarinho mole
GRAVATA de poliéster, dura, com nó pequeno
PRENDEDOR DE GRAVATA nunca deve ser usado
BOTÕES Todos os botões do terno fechados
TECIDO DO TERNO sintético, com padronagem chamativa
PASTA de modelo antigo em cor destoante
CALÇA muito comprida
SAPATO mocassim marrom com solado
CABELOS volumosos
MAQUIAGEM carregada e brilhante (sombra combinando com a cor do terno)
BIJUTERIAS Brincos grandes e de strass, assim como o anel e a pulseira
DECOTE exagerado
TERNO claro, em cor inapropriada para entrevistas
CALÇA justa e curta
BOLSA com grandes argolas prateadas
SANDALIA muito alta, com dedos à mostra
Para começo de conversa, numa das empresas Sabrina não ganhou nem cafezinho quando estava mal produzida.
 No quesito aparência, ela foi criticada pelo decote profundo, pelo terno justo e de cor clara, pelos acessórios brilhantes e pela maquiagem pesada.
Os dois headhunters que a avaliaram nessa versão não ficaram impressionados com seu currículo, nem se deram ao trabalho de conversar com ela em inglês, procedimento rotineiro numa seleção desse porte. Ambos foram taxativos: não encaminhariam a executiva para nenhuma das empresas que atendem. “Parecia que ela ia para uma festa e não para uma entrevista de emprego”, disse um deles. Com Emerson, o desastre se repetiu.
Quando foi indagado sobre o visual do profissional, um dos headhunters disparou uma metralhadora contra o executivo. “Ele estava malvestido e com ar de cansado. Dava para perceber que o terno era novo, mas inadequado para a ocasião e para o próprio profissional. Vestia mal e ficava ainda pior com a camisa de tom amarelo-claro e o prendedor de gravata! Sem falar naquela pasta horrível e no sapato com solado de borracha.” Resultado: desclassificado.

Um dia depois, Emerson e Sabrina foram entrevistados por dois outros headhunters. Ela usava terninho preto de uma conceituada grife brasileira, escarpim preto de salto médio, acessórios e maquiagem discretos, cabelo na escova.
Ao vê-la entrar, um dos recrutadores disse que ficou convencido de que ela justificaria um salário de 15 000 reais, mesmo antes de entrevistá-la. Outro revelou que, apenas com o currículo em mãos, não tinha ficado muito curioso para conhecê-la. “Mas, quando a vi, pensei:
‘Ela vai ter uma boa justificativa para sua vivência profissional e deve ter boas histórias para contar’.” Emerson não deixou por menos.
Vestiu terno cinza-escuro, camisa branca, gravata de seda e sapatos pretos de amarrar. Transmitiu tanta credibilidade que um dos headhunters perguntou se podia ficar com seus contatos para o caso de surgir uma vaga de verdade, em uma das empresas com que trabalha.
 Tanto ele como Sabrina disseram que, quando estavam clássicos e elegantes, conseguiram o dobro do tempo nas entrevistas e passaram pelo teste da conversa em inglês. “Me senti muito mais valorizada. Quando estava malvestida, a entrevista mais parecia um check-list”, diz Sabrina.

CAMISA branca
GRAVATA de seda com listras diagonais e nó Windsor (clássico)
BOTÕES Último botão do terno aberto
TERNO de cor escura, de tecido adequado: lã fria com padronagem discreta
BAINHA na medida certa
SAPATO preto de amarrar

CABELOS com escova
MAQUIAGEM discreta em tons de marrom
CAMISA branca sem expor o colo
TERNO clássico e escuro,com detalhes sutis
ANEL Discreta peça de designer: toque de personalidade sem perder a classe
BOLSA média, preta e discreta
BAINHA na medida certa
ESCARPIM preto com salto médio
Ele usa terno e camisa Crawford, sapato Shoestock e gravata VR
Ela usa terno Lita Mortari, camisa Siberian,sapato Arezzo,bolsa e anel do acervo pessoal de Ilana Berenholc.
OS FEIOS QUE ME DESCULPEM…

O teste é uma mostra do que acontece diariamente nos processos seletivos realizados Brasil afora. VOCÊ S/A ouviu alguns dos principais headhunters do país sobre a questão da aparência. E o que eles revelaram não é muito diferente do que Emerson e Sabrina sentiram na pele.
“A primeira impressão conta muitos pontos na seleção”,
 diz Renata Filippi Lindkuist, headhunter da Mariaca & Associates, consultoria de recrutamento e aconselhamento de carreira, em São Paulo.
“O executivo feio, baixo, fora dos padrões básicos de beleza precisa estar impecavelmente vestido para ganhar mais tempo na entrevista e provar sua competência.
“Em contrapartida, os bonitos já são recebidos com bônus.
 “Você não espera alguém lindo na sua sala. Mas espera alguém adequado para uma entrevista”, afirma Carlos Diz, sócio do Instituto de Liderança Executiva, no Rio de Janeiro, e ex-sócio da SpencerStuart, uma das maiores empresas de recrutamento do mundo.
 “Estar bem vestido nessa hora faz muita diferença, pois você mostra para o entrevistador que está preocupado com a imagem que está passando”, explica.
A preocupação dos headhunters com a aparência dos candidatos é tanta que rendeu um capítulo inteiro do livro Como Conquistar Uma Ótima Posição de Gerente ou Executivo…
 E Dar Um Salto Importante em Sua Vida Profissional (Editora M. Books), da consultora Sharon Voros, recém-lançado no Brasil. Num dos trechos, a autora descreve o comportamento dos headhunters norte-americanos antes de conhecer um profissional.
“Alguns dos momentos mais tensos acontecem no aeroporto, onde os recrutadores costumam marcar reuniões com os candidatos”, escreve Sharon. Quando os passageiros desembarcam, todo headhunter torce para que o seu candidato seja alto, bonito e muito elegante.
 Exatamente como no Brasil. Alguns dos recrutadores entrevistados para esta reportagem dizem fazer até apostas sobre o candidato que seus clientes vão escolher.
“Nem sempre é o melhor”, diz uma ex-headhunter paulista, com 15 anos de experiência em seleção de altos executivos. Ela conta que uma vez apresentou cinco profissionais para um cliente. A seleção estava na etapa final, o que significa que todos eles apresentavam um ótimo padrão de competência e adequação ao cargo. “Um deles tinha o melhor perfil. E nós sabíamos disso. Mas sabíamos também que ele não seria o escolhido, pois tinha uma grande cicatriz no rosto”, lembra. “Entre os cinco, havia um que, além de competente, era muito bonito. Sem dúvida, ele foi o escolhido.”

Outro experiente headhunter conta que, uma vez, ficou muito impressionado com o currículo de uma candidata. Ao entrevistá-la por telefone, sentiu a mesma energia positiva. No dia da entrevista pessoal, porém, veio a grande decepção.
“Ela estava preparada para sair à noite e não para uma entrevista”, lembra. “A roupa era justa e tinha um decote muito exagerado. Apesar de excelente, não poderia apresentá-la para meu cliente.” Sim, eles prestam atenção em todos os detalhes.
Todos mesmo. Antes de apresentar um ótimo candidato ao cliente, uma consultora paulista preocupou-se em avisar o representante da empresa: o profissional tinha um furo na orelha. Não usava brinco, mas tinha um furinho comprometedor. “O cliente disse que não havia problema e que o candidato era muito bom. Mas que não iria contratá-lo porque não havia a tal química entre eles. Entendi muito bem o que isso significava”, diz ela.
BONITOS E RICOS
Uma boa aparência não garante apenas uma vantagem competitiva numa seleção de emprego. Profissionais considerados bonitos e elegantes também costumam ganhar mais e conquistar as melhores posições. Estudo conduzido pelos economistas americanos Daniel Hamermesh e Jeff Biddle avaliou o impacto da aparência nos ganhos dos executivos.
A pesquisa mostrou que quem estava abaixo do padrão de beleza recebia 9% a menos por hora e quem estava acima do padrão ganhava 5% a mais. O economista sênior do Federal Reserval de Saint Louis (uma das unidades do banco central norte-americano) Michael Owyang, aprofundou um pouco mais a questão. Segundo ele, as diferenças entre os salários dos mais bonitos e mais feios são resultados de uma queda na produtividade dos menos favorecidos.
A explicação de Owyang é que quanto mais bonita for a pessoa, mais confiante e confortável ela se sente e, portanto, mais produtiva ela é.
Economistas parecem adorar essa questão. Nicola Persico, Andrew Postlewaite e Dan Silverman, das universidades da Pensilvânia e Michigan, nos Estados Unidos, realizaram um estudo sobre a relação entre os salários e a altura dos executivos. A partir de análises com americanos brancos, chegaram à conclusão de que cada 1,8 ponto percentual acrescentado ao salário correspondia a 1 polegada a mais na altura. Uma pesquisa do jornalista norte-americano Malcolm Gladwell, autor de Blink – The Power of Thinking Without Thinking (Ed. Hardcover), com os CEOs das 500 maiores empresas americanas listadas na revista Fortune parece comprovar a teoria. Na totalidade, os CEOs são aproximadamente 3 polegadas (cerca de 7,5 centímetros) mais altos do que a média do homem americano.

PRECONCEITO?
Você pode estar pensando que as histórias acima refletem sobretudo o preconceito que reina no meio corporativo. É verdade. Há, sim, um estereótipo a ser preenchido quando se está à caça de executivos. E isso pode ser uma tacada perigosa no jogo da contratação. “O preconceito existe, sim. É natural do ser humano. Se você acha uma pessoa interessante, há uma predisposição para encontrar pontos positivos nela”, diz o psicólogo Moacir Carlos Silva, do Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo, especializado em comportamento organizacional. “É muito importante que o headhunter se cerque de outros dados objetivos, para não comprar uma fraude”, afirma.
Os recrutadores concordam e procuram ressaltar que o que está em jogo não é apenas a aparência. Ela conta muito, mas está longe de ser o único fator avaliado. “Beleza abre portas, mas isso não significa que a pessoa vai tê-las sempre abertas”, afirma o consultor Carlos Diz, do Instituto de Liderança Executiva. “Para isso, você precisa provar sua competência, habilidade política e jogo de cintura no dia-a-dia.
” A questão é: fica mais fácil provar que você tem conteúdo quando tem uma aparência nota 10.
“Quando nivelamos candidatos em termos de competência e perfil, é claro que há um favorecimento para os mais bonitos”, afirma Sofia Esteves do Amaral, da DM Recursos Humanos, em São Paulo. “Mas estamos falando de candidatos com o mesmo nível de currículo e experiência profissional”, esclarece. Ou seja, nem pense em torrar as economias do MBA no próximo shopping. Você pode deixar todo mundo morrendo de inveja da sua produção, mas é claro que não vai ser contratado só por causa disso. E tem mais. De nada adianta gastar uma bolada se você não souber exatamente o que é que os recrutadores consideram um visual competente. Há uma série de regrinhas para o guarda-roupa corporativo, que incluem desde a cor da camisa até o tecido do terno. O que parece lindo para você às vezes é uma heresia para os headhunters.

O PESO DA IMAGEM
“Por mais competente e elegante que fosse, eu sempre seria uma pessoa com 130 quilos”, diz o consultor de empresas familiares René Werner, de 52 anos, hoje com 75 quilos. No começo do ano passado, René fez uma cirurgia no estômago. Além de cuidar da saúde, ele constatou que um visual mais saudável iria render bons resultados no trabalho. “A aparência comprova a sua competência. O fato de corresponder à imagem esperada de um bom profissional ajuda a consolidar meus contatos com clientes”, afirma. A obesidade é um fator grave de desclassificação de candidatos. Todos os headhunters entrevistados disseram que há uma forte rejeição a obesos. Segundo eles, pessoas gordas passam a idéia de lentas, doentes e preguiçosas. E René sentiu a diferença assim que fez a cirurgia. “Um dos clientes viu uma foto em que eu ainda era gordo e disse que não me contrataria se eu tivesse aquele peso”, conta. René trabalha com empresas familiares e muitas vezes ajuda na seleção de candidatos. Sempre há uma preferência por profissionais que sejam elegantes e educados. “Competência é algo que se treina. Postura e boa educação, não”.

QUE PRIMEIRA IMPRESSÃO!
Publicitário, diretor de atendimento na McCann-Ericsson em São Paulo, MBA da FGV, inglês fluente, experiência internacional, gerenciamento de equipes. Gostou do currículo? E se o dono for um belo executivo de 30 anos, 1,86 m de altura, olhos verdes, sorriso carismático, guarda-roupa impecável e cabelo bem cortado? É claro que a história fica bem mais interessante. E o pernambucano Maximiliano de Lacerda sabe disso.
 “Rostinho bonito não vale nada se você não é competente. Mas uma boa aparência é, sim, uma vantagem competitiva”, afirma. Em entrevistas de emprego, por exemplo, ele está acostumado a receber um tratamento muito mais receptivo pessoalmente do que por telefone. Cara a cara, o impacto positivo da primeira impressão transmite credibilidade e facilita a conversa.
 “Ganho mais tempo e liberdade para passear sobre diversos temas. Assim, tenho mais chances de mostrar os meus pontos fortes”, diz. Para garantir a aparência da foto acima, o publicitário faz academia com personal trainer, corta o cabelo todo mês e investe em roupas e sapatos. Segundo ele, um visual de primeira também ajuda a negociar o salário. Afinal, a imagem representa o seu padrão de vida: se ele é alto, a remuneração não costuma ficar atrás. Existe preconceito? Às vezes. Mas ele não perde tempo com quem acha que beleza e inteligência não andam juntas. E até brinca: “Uma boa imagem não é decisiva, mas é fundamental nos negócios. E ajuda nos momentos mais inusitados. Numa reunião tensa, nada como uma tirada engraçada e um bom sorriso. Não tem quem resista”, diz ele, com uma boa gargalhada.

FIQUE BEM NA FOTO
Antes de ir para uma entrevista, preste atenção em alguns pontos:
AS VIRTUDES
Forma física
Apresentação impecável
Relação adequada entre peso e altura
Roupa conservadora, adequada ao ambiente da empresa
Roupa de qualidade
Ternos e sapatos escuros
OS PECADOS
Roupas baratas
Má postura
Uso exagerado de perfume
Unhas com esmalte lascado Brincos com pingentes
Ternos de poliéster
Camisas de manga curta
Roupas brilhantes
Pernas nuas à mostra
Sapatos sem engraxar, desgastados
Sobrancelhas que viram uma só
Fonte: Como Conquistar Uma Ótima Posição de Gerente ou Executivo… E Dar Um Salto Importante em Sua Vida Profissional, de Sharon Voros (Editora M. Books) Daniela Diniz
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Falar em Público? Eu?


O princípio do sucesso na oratória é dominar o assunto e entender que se você está ali pra falar é porque, possivelmente, é a pessoa mais indicada
Muitas pessoas têm medo de falar em público – o que, na verdade, não passa de mais entre tantas formas se comunicar. Mais abaixo, darei algumas dicas, mas – antes de qualquer coisa – é importante deixar alguns pontos bem claros. Primeiro: o princípio do sucesso na oratória é dominar o assunto e entender que se você está ali pra falar é porque, possivelmente, é a pessoa mais indicada. Segundo: depois que você tem a prática, o número de pessoas, na verdade, é irrelevante, pois a sua apresentação será a mesma. Terceiro: se você domina o assunto, não há porque hesitar ao explanar suas ideias. Pronto, podemos começar.

Antes de iniciar um debate, uma reunião ou algo que envolva disputa de ideias ou planos, o essencial nunca muda: domine o assunto. Essa premissa vale para todas as situações em que precisar falar para um grupo de pessoas, seja ele pequeno ou grande. É fundamental conhecer muito bem o assunto que será tratado, assim como diferentes pontos de vista, prós e contras, opiniões e, claro, deixar as respostas (que serão utilizadas somente se necessário) afiadas.

Conheça seu público
Quando for a um evento no qual você precisará discursar, chegue alguns minutos antes para conversar com o público. Isso determinará a linguagem e a forma de abordagem a ser utilizada. Um exemplo pessoal: sempre palestro sobre “desenvolvimento de carreira” para executivos e estudantes. Ambos os públicos têm muito interesse no tema, mas a linguagem a ser empregada deve ser bem diferente. Caso contrário, nenhum deles terá interesse no que tenho a dizer (por mais que o assunto seja de interesse geral). Isso vale para expressões, vocabulário e postura. E lembre-se: cada público tem uma maneira de falar e se comportar. Basta observar.

Não confie na sua memória
Mais uma coisa, em discussões longas e com muitos assuntos, é normal que a pessoa esqueça detalhes do que tem a dizer, por mais que seja algo de extrema importância. Por isso, nunca confie na sua memória. Sim, ela falha. E resolver esse problema é mais simples do que se imagina. Em reuniões, por exemplo, basta anotar os dados relevantes em uma sequência lógica. Pode ser em um caderno ou um documento que você imprimiu. Já em uma palestra ou apresentação para um grande número de pessoas, ulguns slides bastam. Elas devem ser bem montados, amarrados, sucintos e sem muitos elementos gráficos, que poluem o visual. Assim, você não se perderá e, de quebra, seus interlocutores conseguirão acompanhar de maneira auditiva e visual o conteúdo – aumentando sua cognição e retenção do conteúdo passado.

O ser humano é disperso
Outro ponto importante é a concentração. Por isso, a comunicação direta é sempre a mais eficaz. Mas, se o conteúdo demanda muito tempo, intercale conteúdo com brincadeiras ou histórias. Esses momentos de descontração relaxam os espectadores à mesma medida que prepara e motiva para receber mais conteúdo.
Se você treme, sua ou morre de vergonha quando precisa se expor, mantenha a calma. Respirar fundo antes de falar e segurar algum objeto durante a apresentação (para descarregar sua tensão) ajuda muito nessas horas. Depois que o corpo se acostuma e você consegue relaxar, o assunto sai naturalmente. Aí você não esquecerá mais os detalhes e verá que o “dragão de sete cabeças”, na verdade, não passava de um pequeno lagarto. Bom discurso.
Blog Vida Executiva – Bernt Entschev

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